segunda-feira, 28 de agosto de 2017

AVISO AOS NAVEGANTES

O SETOR DE CRUZEIROS MARÍTIMOS, DENTRO DOS COMPONENTES DA INDÚSTRIA MUNDIAL DE VIAGENS, É O QUE APRESENTA O CRESCIMENTO MAIS ACELERADO. TAMBÉM, PUDERA! COM GRANDE VARIEDADE DE COMPANHIAS, ITINERÁRIOS DE SONHO, CONFORTO, COMODIDADE E FACILIDADES DE PAGAMENTO, CADA VEZ MAIS PESSOAS OPTAM POR EMBARCAR EM UM NAVIO DURANTE O PERÍODO DE FÉRIAS. E O QUE NÃO FALTA, DE JEITO NENHUM, EM CRUZEIRO – DEPOIS DA COMIDA – É ENTRETENIMENTO, MAIS PRECISAMENTE, MÚSICA! HOJE, A COLUNA É BASEADA EM CAUSOS QUE ACONTECERAM  COMIGO!

  * Por Hamilton de Oliveira


Trabalhar em navios de cruzeiro tem lá suas peculiaridades. Certa vez, estava eu embarcado no famoso Splendour of the Seas em um cruzeiro que seguia pela costa brasileira com destino a Búzios. Em um determinado momento, me vi diante do dono de uma das vozes mais famosas do telejornalismo brasileiro, ninguém menos que Cid Moreira, o homem do bordão “Boa noite” e do “E agora Mr. M.??!!  Me conte seu segredo...”

Fiquei emocionado com a presença do ilustre do jornalista. Nesse momento, eu estava com a banda tocando Tim Maia no deck da piscina, sob um sol de “rachar a cuca”. Não pensei duas vezes e fui até ele para conversar. Mais perto, o chamei para falar um “Boa noite” ao microfone e pude notar que o Cid estava um pouco “para lá de Bagdá”, talvez pelos whiskies famosos do navio ou pelas famosas caipirinhas onboard

Como era de se esperar, ele não quis atender meu pedido naquele momento, mas aceitou tirar uma foto comigo e, com um sorriso de timidez, voltou para o Casino, de onde havia saído para tomar um ar no deck da piscina, com a promessa de finalizar o baile de gala com seu famoso bordão.

Em um outro momento das minhas viagens pelo mundo afora, estávamos em saída de Ilhabela com destino a Santos, dessa vez no Island Escape, uma companhia inglesa de navios de cruzeiro. Nesse dia, uma tempestade se aproximava. O comandante inglês, teimoso, insistia em sair, mesmo sendo avisado pelos tripulantes e por outros oficias sobre o perigo dos ventos fortes em alto-mar nessa região. 

Enquanto isso, eu tocava meu piano tranquilamente no local mais chique do navio, o piano bar. Passados vinte minutos da nossa saída da ilha, percebi que o navio começou a inclinar uns catorze graus. Copos e pratos caiam das mesas e os passageiros começaram a ficar desesperados e buscar por um local seguro para ficar, ou seja, onde eu estava. 

A diretora de cruzeiro, brasileira e muito inteligente, pediu para que eu tocasse algo que pudesse acalmá-los nesse momento perigoso. Não pensei duas vezes e toquei o tema do “Titanic” ao piano. No final, o navio não afundou, mas quase fui jogado ao mar pelos passageiros enfurecidos com seus coletes salva-vidas gritando: - “Jack, Jack!!"...

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* Hamilton de Oliveira iniciou seus estudos no Curso de MPB/Jazz no Conservatório de Tatuí, formou-se em Licenciatura pela UNISO no curso de Música e Pós-graduou-se pelo SENAC em Docência no Ensino Superior. É maestro, tecladista, pianista, acordeonista, arranjador, produtor musical, professor e colaborador da Revista Keyboard Brasil.





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