PIANO, O REI DOS INSTRUMENTOS - Parte final
PIANO,
PIANO, PIANO! SEMPRE, PIANO! ESTE UNIVERSO É FASCINANTE, NÃO É? NESTAS TRÊS
EDIÇÕES, PROCUREI APONTAR AS CURIOSIDADES MAIS RELEVANTES, AS QUE MAIS CHAMAM A
ATENÇÃO NA ELABORAÇÃO DO INSTRUMENTO MAIS COMPLEXO DE TODOS. SEGUIMOS ENTÃO EM
SUA PARTE FINAL.
Vamos aumentar o nosso potencial de curiosidades
sobre o Piano, o Rei dos Instrumentos. Mas, antes de começarmos com o Piano
vamos falar das Teclas: você já se perguntou, alguma vez, como é que surgiram
as teclas do Piano? Sim! Exatamente! Como é que surgiu a ideia de se utilizar o
teclado com a estrutura e o formato que temos hoje?
A
origem do nome tecla tem sua gênese na palavra latina "clavis". Isso
mesmo, chave. O primeiro indício de teclado para tocar música foi registrado
pelo Hydraulis Organ, na Grécia, muito antes de Cristo. Tinha, somente, as 7
notas e eram executados na base da porrada, mesmo.
Os
primeiros órgãos, que funcionavam, ou por meio de água, ou por ar, como os
órgãos de tubo tradicionais, eram batidos, não tocados com os dedos como hoje.
Ampliando as oitavas, usavam-se outras cores para as 7 teclas. Só na Renascença
é que surgiram os primeiros teclados como conhecemos hoje.
O
ápice acontece quando os acidentes foram inseridos no teclado exatamente como
observamos os dedos das mãos (cinco dedos, cinco acidentes). O gênio que
inventou isso passou despercebido nos glossários da música.
Agora,
vamos continuar com mais curiosidades sobre o piano:
* Em
1900, a Aeolian Company patenteia a Pianola, um Piano Pneumático.
*
Veja que interessante: em 1904 os fabricantes de pianos resolveram fazer uma
grande fogueira de Square Pianos, que já estavam em desuso devido ao sucesso
dos Uprights e Baby Grands. Esta imensa fogueira aconteceu em Atlantic City.
*
180 mil pessoas, nos Estados Unidos, tinham piano em casa, em 1919.
* A
Kawai inicia as atividades na produção de pianos em 1927, na mesma cidade da
Yamaha, Hamamatsu.
*
Com a Grande Depressão de 1929, a história da fabricação de pianos começa a
sofrer um declínio impressionante. Tanto que o mercado não se recuperou até
hoje!
* Em
1930, o grande parceiro da Yamaha, Koichi Kawai, deixa a Yamaha e passa a se
dedicar, exclusivamente, à sua empresa.
* A
Segunda Grande Guerra sinaliza mais um grave declínio nos negócios envolvendo a
fabricação de pianos.
*
1955 marca o início da atuação dos fabricantes chineses no mundo. A
Guangzhou-Pearl River Company estabelece a sua planta industrial e passa a
trabalhar no modelo OEM (Original Equipment Manufacturer). Aliás, a empresa
Brasileira que produz o Piano Fritz Dobbert utiliza este tipo de negócio com a
Pearl River.
* Em
1958, os “Tigres Asiáticos” firmam os seus negócios pelo mundo com a Samick, na
Coreia, a Shanghai Piano Co., em Xangai, e a Beijing Piano Co., em Pequim.
* Um
ano antes do meu nascimento, em 1960, começa a história de um dos mais
fantásticos Pianos Elétricos do mundo. Harold Rhodes desenvolve o seu piano
elétrico com o nome Fender-Rhodes.
* Com
o objetivo de avançar no mercado ocidental, notadamente, dos Estados Unidos, a
Kawai estabelece filiais na América, Canadá, Austrália e Ásia!
* Em
1968 a Young Chang inicia a fabricação de pianos, na Coreia.
* Em
1969 a produção de pianos japoneses excede à produção do “resto” do mundo; a
Yamaha se transforma no maior fabricante de pianos do planeta.
* A
CBS adquire a Steinway em 1972.
*
Nos anos 1980 a Yamaha, junto com a Bösendorfer, Baldwin e outros, se reuniram
para discutir um sistema para integrar os Pianos Acústicos aos computadores.
*
Também em 1980, Paolo Fazioli inicia a produção dos Pianos mais impressionantes
e completos que temos, hoje, no mercado. A Fazioli é, por assim dizer, uma
espécie de “Stradivarius” dos Pianos. Todo o processo de fabricação de um
Fazioli é manual, artesanal, com máquinas que auxiliam, somente, na marcenaria
e confecção dos componentes do piano.
* Um
grupo de empresários e investidores adquirem a Steinway da CBS, em 1985.
*
Quinhentos mil! Sim! Em 1988 a Steinway totaliza a produção de 500 mil pianos.
* Em
1990 a Kurzweil Music Systems foi completamente integrada à fabricante de
Pianos Coreana Young Chang.
* Já
em 1995 a Steinway e a Selmer se fundem formando a Steinway Musical
Instruments.
* No
ano seguinte, a Piano Disc passa a controlar a Mason & Hamlin, Sohmer e
Knabe.
*
Neste mesmo ano, em 1996, a Young Chang abre a sua fábrica em Tianjin, na
China.
* A
Gibson adquire a Baldwin, incluindo a Chickering e Wurlitzer, em 2002.
* No
mesmo ano, 2002, o BAWAG - PSK Group, terceiro maior banco Austríaco, adquire a
Bösendorfer, que estava com dificuldades para solver dívidas.
* No
ano seguinte, a Steinway celebra o seu sesquicentenário. Já a Bösendorfer, 175
anos de existência. Ainda em 2003, a Grotrian introduz no mercado o seu modelo
Duo Grand Piano. Dois pianos de concerto, numa única peça, posicionados um ao
lado do outro, com os teclados em lados opostos.
* A
Bösendorfer é completamente adquirida pela Yamaha em 2008.
* Em
2014 a Yamaha lança no mercado o U1TA, TransAcustic Piano. Uma tecnologia
inovadora que permite a utilização da tábua harmônica do piano para
performances digitais e/ou acústicas, sem a necessidade de qualquer tipo de
alto falante, ou componente eletrônico.
*
Seguindo a 'onda' do mercado, a Steinway, em 2015, anuncia o lançamento do seu
Piano Automático, o Spirio.
*
Temos, hoje, no mundo, cerca de 50 marcas de pianos. Desde que foi concebido o
piano já teve registrada mais de 5 mil marcas.
* O
maior mercado de pianos é, indubitavelmente, os Estados Unidos. São 10 milhões
de pianos no território americano.
* Os
fabricantes de pianos do Brasil só tinham “esmero” na produção de pianos; entretanto,
a qualidade destes pianos sempre passou despercebida e desapercebida no cenário
dos pianos acústicos do mundo. Portanto, não se iluda!
Se
fossemos apontar as principais curiosidades sobre o Rei dos Instrumentos
teríamos que produzir uma Enciclopédia. Nestas três edições procurei apontar as
mais relevantes, as curiosidades que mais chamam a atenção na elaboração do
Instrumento mais complexo de todos.
Deu
para perceber que o Piano é um instrumento recheado de detalhes, com
tecnologias e conhecimentos que não são comuns a todos os fabricantes. Os
grandes segredos são guardados a sete chaves e fazem do Piano um instrumento
peculiar. Cada fabricante tem o seu DNA na produção de Pianos.
Portanto,
não imagine que só a vontade, o dinheiro e o empreendedorismo vão avançar na
meta de produzir Piano. É preciso muito mais; é preciso um conhecimento apurado
e aprimorado, que leva em consideração mais de trezentos anos de aperfeiçoamento. Imagine
a dificuldade de se produzir, então, um Piano Digital de qualidade.
Também
é importante lembrar que com todos estes detalhes você não pode colocar o seu
piano, o seu bem musical maior, nas mãos de qualquer “especialista”. Mais
de três mil peças compõem um piano simples. Tem que ter bastante conhecimento e
muita prática para ajustar todos estes componentes. Escolha
com carinho quem vai afinar e ajustar o seu Piano. Avante!
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*Amante da música desde o dia da sua concepção, no ano de 1961, Luiz Carlos Rigo Uhlik é especialista de produtos e Consultor em Trade marketing da Yamaha do Brasil., além de colunista nas Revistas Keyboard Brasil e Música & Mercado ( http://musicaemercado.org/ ).
foto de Maurício Jelê
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